JARDIM OCEÂNICO

Com todas as letras do alfabeto

A poesia expressa o vivo lume

— Fonte inspiradora da criação

Que tendo em mãos pequenos fascínios

Constrói um mundo fascinante —

Força cintilante das flores submersas

No vasto jardim oceânico do sentimento;

Com todas as palavras do pensamento

A poesia expressa o doce nume

— Deidade criadora da inspiração

Que tendo no coração pequenos êxtases

Constrói uma vida extasiante —

Poder cativante das pétalas imersas

No profundo oceano romântico do afeto.

Cada vez que fico triste,

Triste faço versos de amor;

Cada vez que fico alegre,

Alegre faço versos de amor.

Alegre ou triste, é a poesia

Que me convida a compor;

Alegre ou triste, é o amor

Que me inspira a poesia.

O poeta que não tem amor para doar

É como a flor em botão pendida sobre a estrada,

De si mesma escondida, em si mesma abandonada,

De si mesma afastada, em si mesma esquecida,

Sem ter a quem amar, nem agradar, nem conquistar

Doando a beleza vistosa das pétalas coloridas;

Não sabe da poesia o edificante segredo

Que é amar a vida, dia a dia, sem medo,

E assim, fechada para o amor, a flor em botão

Fica alheia à beleza — errante — presa à solidão,

Perdida no vazio da vida, cansada da fria caminhada,

Sem destino certo, sem ninguém por perto, sem nada.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 14/06/2017
Reeditado em 03/08/2017
Código do texto: T6027542
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