Todos os Sentidos

Todos os sentidos

Alguém viu aquela luz?

Todos gritaram! Onde, no céu?

Oh! É a Virgem de véu. Também pode ser Jesus!

E eu apressado. Respondi. Não! Não. Na Terra.

Alí! Olha lá, no pé da Serra. Um castanho, aquarela.

Vindo daquela janela. Uma luz que só eu via.

Pois, somente eu conhecia,

O luzir dos olhos dElla.

Alguém viu aquele encanto?

Qual nada. Onde; cadê; em que canto?

Um gritou: Por aqui não há feitiço.

O encanto está lá. Dizia eu todo ouriço.

E naquele reboliço, eu apontei a janela.

Encanto que só eu via.

Somente eu conhecia,

O encanto do sorriso dElla.

Alguém viu aqueles cachos?

Onde, os cachos? É uva ou é banana?

Ah! Para de ser sacana. Que sujeito mais estranho.

Eu apontei os cabelos que caiam em cascata.

Emolduravam um rosto.

Então me enchi de gosto, e apontei a janela.

Cachos que só eu via. Somente eu reconhecia,

Os cachos do cabelo dElla.

Alguém sentiu esse cheiro?

É de prata, é de ourou, é dinheiro?

Falou um engraçadinho, todo galante e feioso.

Não! Respondi. É um cheiro bem cheiroso.

Esse tu não sentiria. Não é cheiro de dinheiro!

Nem é cheiro passageiro. E vem daquela janela.

Cheiro que só eu sentia, somente eu conhecia,

O cheiro do corpo dElla.

Alguém sentiu este toque?

É som de qual instrumento?

Ora não seja jumento, por toque eu digo tato.

Tu deve estar é com fome, precisando de um bom prato.

Zangado eu respondi. Nem fome, prato ou panela.

É um toque bem suave que está lá na janela.

O toque que eu sentia, somente eu conhecia,

Era o toque das mãos dElla.

Quem sentiu esse gostinho?

Gôsto de que? Não senti!

Nem poderia sentir. Disse eu rapidamente.

Um gosto bem gostozinho

E cá comigo, sozinho, fechei os olhos da mente,

E olhei para a janela.

Gosto que só eu sentia,

Somente eu conhecia o sabor da boca dElla.

(Farias Israel-mai/2016-SP

Farias Israel
Enviado por Farias Israel em 18/06/2017
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