OMULÚ
A palha cobre minha beleza
Ela seduz o humano
Para desvendar meus mistérios.
Sou a terra e nela finquei raiz
Oyá é minha Perséfone
E após consumir uma romã
Rainha se fez, também, da passagem
Para o infindo subterrâneo.
Sob a terra, minha morada
Encaminho nossas vidas
Para um novo lar de encantamentos
Numa vida que jamais findará
Pois se faz contínua
Em seus diversos ciclos e meandros.
Sou a explosão das pipocas em flores
Sou a cura das enfermidades
Sou chaga e saúde em cruz concomitantemente.
Atotô! Sou preto, branco e vermelho
Sou a Rosa de Hiroshima
Que dizima e faz brotar
Narcisos de Paz
Colhidos por Iansã
Em ditosas Primaveras.
E nos agostos de cada ano
Que em espiral nos fazem sempre eternos
Sou Omulú: terra, beleza, flores, palha...
Infinita Natureza.