OMULÚ

A palha cobre minha beleza

Ela seduz o humano

Para desvendar meus mistérios.

Sou a terra e nela finquei raiz

Oyá é minha Perséfone

E após consumir uma romã

Rainha se fez, também, da passagem

Para o infindo subterrâneo.

Sob a terra, minha morada

Encaminho nossas vidas

Para um novo lar de encantamentos

Numa vida que jamais findará

Pois se faz contínua

Em seus diversos ciclos e meandros.

Sou a explosão das pipocas em flores

Sou a cura das enfermidades

Sou chaga e saúde em cruz concomitantemente.

Atotô! Sou preto, branco e vermelho

Sou a Rosa de Hiroshima

Que dizima e faz brotar

Narcisos de Paz

Colhidos por Iansã

Em ditosas Primaveras.

E nos agostos de cada ano

Que em espiral nos fazem sempre eternos

Sou Omulú: terra, beleza, flores, palha...

Infinita Natureza.

Marco Kbral
Enviado por Marco Kbral em 26/06/2017
Reeditado em 26/06/2017
Código do texto: T6038330
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