ENTREGA

Quando você era simples jardineira,

Eu me fiz de simples roseira,

E as rosas que eu era

Exibiam várias cores,

Perfumavam a sua primavera,

E lhe aplacavam muitas dores.

Quando você era bela cantora,

Eu me fiz de bela canção

Que falava de amor,

E a letra e o refrão

Deixavam sua vida encantadora,

Como um intraduzível esplendor.

Quando você era deserto arenoso,

Hostil, negativo e penoso,

Eu me fiz de oásis verdejante,

Lugar prazeroso e agradável

Que tornava mais suportável,

Como um poderoso calmante

Em meio a toda a febril tensão,

A vida que você levava solitária,

Ainda que na ruidosa multidão,

No fundo vazio das horas diárias.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 14/07/2017
Reeditado em 14/07/2017
Código do texto: T6054155
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