MADRUGADA.

Sopra a aragem de mansinho,

Ondas beijam a praia deserta,

Eu, errante triste sozinho

Com a saudade caminho,

Na tarde deste dia que me resta.

Voam gaivotas de esperança

Com seus voos rasantes,

Lembram brincadeiras de criança,

Quando ao vento tua trança

Voava em jogos saltitantes.

Junto a este mar de saudade

As recordações vão naufragar.

Acordo para a triste realidade!

Vagueio pelas ruas da cidade,

Procuro as mágoas afogar.

Entro no bar junto à ribeira

Onde a noite triste vai esperar,

Pela chegada da traineira

Que traz a mais bela peixeira,

Para minhas saudades matar.

Chega alegre e sorridente!

Com a frescura da madrugada,

No amor que a gente sente

Toda a ribeira de repente,

Ficou de mil cores matizada.

Luvito.