Quando despertei
Quando despertei procurei o seu calor
Porém um lado da cama estava vazia
A saudade gritante tomava conta de mim
As baladas românticas me entristecem
As lembranças das noites me perseguem
O sabor do seu batom ainda está na boca
As marcas de suas unhas cravadas no peito
Na borda da taça seus lábios desenhados
Nos seus olhos a expressão de aceitação
Esboçando no rosto a linhas dos enlaces
No peito um coração bate acelerado
Buscado o compasso de sua melodia
Desalinhavando os remendos da vida
Preenchendo as lacunas existentes
Delimitando o sofrer ou ser feliz
Será apenas uma questão de ponto de vista
Na avidez do seu olhar sinto-me consumido
Extático fixo em uma coisa tão bela
Excelência em curvaturas perfeitas
Quando o portal se abriu lá estava a negra
Deusa em forma de mulher a minha espera
Os meios justificam os fins para tê-la
Acordando de novo as ilusões adormecidas
Osvaldo Teles