Para sempre, antes e depois

E quando dos meus sonhos

Éramos nós dois

Éramos antes durante e depois

Eram cabanas, quem sabe choupanas

À beira de um lago

Uma canoa ancorada

Num cais seguro

Éramos nós dois

Nessa simplicidade onde o prateado era a lua

O dourado era o sol

O vento nos teus cabelos

Eu remando com cuidado, esmero de quem ama e protege

Nas margens pedregosas

Tartarugas e patos selvagens

Não queríamos mesmo chegar perto

Pinheiros e árvores frondosas

Nosso olhar procurando alguma coisa entre a água e a vegetação

Um teu sorriso para mim, meu coração disparado, era uma canção

E nem te queria tão perto

Ver-te era mais importante que tocar-te

Gravar várias formas do teu corpo e do teu rosto

Ancestrais imagens se repetindo, eu acreditava, acredito

E teu perfume vinha com a brisa, atingia-me forte

Deixando-me bêbado de ti

E tuas mãos pequeninas segurando na borda

Eu ficava e fitava a este bordo, a bombordo

Sempre dando um jeito de não perder-te

E não havia luxo na cabana

Por isto uma choupana ao meu olhar

Nosso luxo era nos teus braços

O ramo de flores selvagens

Com perfume do nosso lugar

Éramos nós dois, apenas nós

Num instante eterno

Agora, antes e depois

Emmanuel Almeida
Enviado por Emmanuel Almeida em 31/08/2017
Código do texto: T6100309
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