Amor indolente

Como quem espera com paciência

dentro de si guarda veemente

o amor de juventude

e serena pressente todos os dias

reminiscências de um tempo nunca ido

como quem anseia sua volta.

Na carne as marcas,

as cicatrizes enrugadas

de um amor desesperado

urgente e impetuoso,

a viver latente,

guardado a sete chaves

no coração onde a voz já se perdeu.

Vive ali remoendo o passado

num amor latente

um amor feroz

no silêncio que dói.

Na cerne o sentimento surreal

é razão de toda inspiração

é sua poesia,

o hálito da vida que se debulha dia a dia.

E quando a saudade é tamanha

se conta as pérolas na alma,

a graça do amor selado

a viver encoberto na multidão

de sentimentos dolosos.

Vez ou outra corrompe-se

o coração pulsa

salta nos versos de amor

e grita a saudade

que tu lês agora.

Paula Belmino