AVENIDA

Tantas pessoas andando pela avenida,

Mas o que é o amor?

Estavam cruzando por nós, mas não nos notavam,

Perseguiam o amor?

Fugíamos sem saber se aquela era direção de escape,

Ali estaria o amor?

As paisagens daquela avenida ofuscada pelo forte brilho do sol,

Poderia clarear o amor?

O mato crescia sem saber se tratava de mão ou contramão,

Ali brotaria o amor?

De repente alguém segura minhas mãos,

E segue comigo pela avenida,

Não peço nada em troca,

Desejo apenas sentir seu cheiro e adormecer,

Sentir os abraços e acalmar,

Além das explicações e longe das teorias,

Sonhando em nadar nas asas do vento,

E em queda voar sob as ondas do mar,

Sem que suas agitações possam me fazer tremer,

E eu, tão espelho de mim, me pego a pecar,

Com os próprios olhos a me trair, dizendo silenciosamente,

Tudo que tento disfarçar,

Ah... você minha ilha de paz, enquanto as ondas fazem barulho na praia,

Que espanta minhas penumbras do entardecer e me guarda em longas madrugadas,

Estou ali sem me deter e não quero... fecho os olhos e me entrego,

Amo irresponsavelmente tanto,

Amo irremediavelmente tanto,

Perdoa-me, se meu pecado é te amar,

Perdoa-me, se durante o dia uso cada oportunidade para sentir sua pele,

Sabe, é que estou queimando por dentro,

Sabe, é que perto de ti desaprendo a respirar,

E olhando para ti eu resumo o que todos na avenida não souberam me explicar,

E olhando para ti eu entendo o que é amar.