O tempo
O tempo acaba nos seus olhos
E tudo se expande para o infinito
O último segundo se estica e deixa de ser tempo
Antes mesmo desse segundo a última hora passa
Como um retrospecto de tudo belo que já viveu e foi criado
Na última noite tudo se ilumina no negro de sua Íris
Enfim chega o último dia e seus olhos continuam a dar luz
O último segundo se estica e deixa de ser tempo
Em seu sorriso tudo se cria novo
Minha perdição se torna caminho concreto e conhecido
É atemporal a forma como naturalmente a boca de milhões de sorrisos
Se abre dando lugar aos dentes em formação disciplinada que enfeitiça
Seu sorriso funde-se a minha vida me deixando louco para enfrentar os deuses
Do tempo, da vida, da morte, do infinito até os da criação e destruição
Me deixa a imaginar seu cheiro, chego a senti-lo em cada flor
Gardênia, jasmim, lavanda e camélias
O último segundo se estende e se funde a você
O último segundo então ganha a vida novamente
Se contrai e se torna o alfa sem fim
Feito possível apenas pelo fato miraculoso
De seu sorriso se fundir a risada de seus olhos
Me vejo deus seguro nas minhas inseguranças
Me vejo príncipe rico nos meus defeitos
Me vejo dono de terras exploradas apenas por sua boca
Me vejo então, menino e homem, seu
Sem interferência do tempo ou do espaço
Tocado apenas pela fusão mágica do sorriso de seus olhos e do encanto de seu sorrir
Obs: perdão pelos erros.