A ESTUPIDEZ DA PAIXÃO
A estupidez da paixão me arranca o bom senso
e eu me atiro no fogo, como que na água,
e me queimo e grito, não de dor, mas de felicidade.
A estupidez da paixão me entorta os olhos
e enxergo o céu na parede do inferno
e mato e mordo e cuspo por amor
quem antes me dava a paz altissonante.
A estupidez da paixão me distorce os sentidos
e o tempo, feito um tijolo, cai pesadamente
sobre a minha memória e reinvento
uma vida que não foi e poderia ter sido,
um navio de náufragos sorridentes.
A estupidez da paixão.
Tão passageira, precisa
da bênção absoluta do amor.