Nebulosa
Que mundo fútil, sutilmente belo, são os olhos
encaixando-se brutalmente na paisagem
e profundos, profundamente infiltrados
n'alma seca e pobre que apaixona.
Duas galáxias quase gêmeas, os olhares
de braços frágeis, mas de luz imensa
disfarçados entre todas as estrelas em seu rosto,
mas que em seu eixo explode e ferve de energia intensa.
Em vão então a mente, que é universo, tenta esconder
o que o brilho de seus olhos jamais deixou de dizer,
e que segue a constelação de sardas nos pômulos teus
num zodíaco de amor, entre a Terra e Deus
Que sente, o Sol, em teu coração
o calor que reflete da Terra, solo meu,
de paixão cósmica infinita, iluminado de radiação
do amor d'outra vida que pulsa, entre o meu e o teu.
E tudo isso de nós dois pouco diz,
pois o que vem dos deuses a tudo transcende
e do céu ao inferno reluz,
o que somente o coração sente.
O que somente a alma deduz.