TRISTE MENINO (a) POBRE E NORDESTINO (a)
Triste Menino (a)
Pobre e Nordestino (a)
Eu sou de um tempo
Que não existia o Lula
Pobre cozinhava na lenha ou carvão
A roupa se lavava na lagoa
Banquete de pobre era arroz com feijão
Como o tempo voa.
Tudo isso foi antes,
Antes do Lula
De porta em porta se pedia esmola
Era homem, mulher e menino
Pele seca, descalços e mufinos
Maltrapilhos, desdentados e sem escola
Era muita penúria
No tempo que não existia o Lula
Na mesa as vezes tinha Q’suco
Para tomar refrigerante
Só se ficasse doente
Tristinho e bem mixuruco
E como pobre sofria
Quando o Lula não existia
E para andar de carro
Só se estivesse perto de morrer
O vizinho não tinha como te dar amparo
Era o taxi para nos socorrer
Era um tempo de aflição
Quando não existia o Lula
Pobre não andava de avião
Em restaurante de grã-fino só como empregado
Roupa de Chita com remendo costurado
Tinha algumas feitas com saco de algodão
O calçado era feito de pneu de caminhão
Remédio era pílula.
Ah, como era triste
Antes do Lula!
Trabalhava para se morrer
Nada se poupava
Pois só dava para comer
E ainda faltava.
Faculdade não era para pobres
Não tinha FIES, PROUNI e nem ENEM.
Do chão de fábrica não podia ir além,
Todo saber superior era para os nobres,
Tristes dias fúnebres
Onde a chibata mandava.
Mais como morria criança
Ante do Presidente Lula
Morria de fome
Desnutrido e se cagando.
Não lhe davam nem mesmo o nome
Era anjo pagão no mundo vagando.
Triste Menino mufino
Antes do Presidente Nordestino
No morro o guabiru lhe comia o umbigo
Rejeitado era deixado na rua.
Não tinha mala nem cuia
Se escapasse tinha o papa figo,
E o mundo como inimigo,
Como era triste a vida deste menino
Antes do Presidente nordestino,
Morria triste e bem fino.
Ah, como era triste,
Antes do nordestino Lula Presidente!
Menino barrigudo
Com a boca cheia de dentes ruim,
Não crescia era do tamanho de pinguim
Diarreias, catapora, sarampo e morria assim
Sem presente e sem passado era só mais um moribundo,
Pelo pai abandonado.
Outro descamisado
Que nem sabia se era gente.
O Brasil era assim
Ante do Lula chega a ser Presidente
A Patroa viajava para o interior
La pedia a comadre a sua filhinha,
Dizia que na cidade iria forma a mocinha
Chegando na capital fazia da criança sua piniqueira,
Na casa da madame na hora de dormir era sempre a derradeira
Servia a todos da família.
Antes do Presidente Lula
Como sofria a muitas crianças das pobres famílias
Dava de comer ao patrão,
Apanhava da patroa
Sofria de montão
E com o filho do patrão ainda tinha que brincar de doutor
Pobre menina sem infância
Violentada nunca gritou,
Engoliu o chorou, e nem lacrimejou:
Pois sabia que na sua casa no interior nada tinha
E de barriga, vergonha tinha de voltar para sua residência
A formação ela ganhou,
O diploma para o interior levou
Depois de noves mês vinha a nascer.
Um certificado de maldade
Uma criança para outra criança
Que não teve oportunidade
E nem esperança
As vezes a dor era demais
Que não aguentava a menina
Ela se jogava lá de cima
De dez andares ou mais
Ficava na literatura dos casos banais
E a criança abusada
Morria calada
Não aguentava mais sofrer
Preferia morrer
Tudo isso foi antes do Lula ser Presidente.
Pobre sofria de dor de dente
A seca castigava,
Morria a criação e tudo que plantava
Do sertão ele fugia,
No caminho para a capital as vezes morria,
Da seca era retirante flagelado.
Sem emprego na cidade era encarcerado
Esmolava de dia, a noite não tinha o que comer.
Tudo isso era de doer
Antes do Lula para Presidente ser votado
Com Lula o pobre deixou de ser pobre coitado
Recebeu moradia, comprou carro.
2Viajou de avião, comprou freezer, quebrou o pote de barro
Deixou os trapos e passou a andar arrumado
Foi a shopping e ao cinema bem perfumado
Vem o Temer cruel.
Joga na boca no pobre a lembrança do fel,
Sem direito a aposentadoria quer deixar
O trabalho veio precarizar
E o pobre sem amparo.
Sente falta do nosso Lula Presidente