Amores proibidos
- Oi, tá podendo falar?
- Oi, não, tá cheio de gente aqui.
- Ah.
- Ei, estou com saudades
- Eu também
tu tu tu…
E a saudade continua pulsando
latejando como uma ferida que não se cura
peito apertado,
mãos que não se entrelaçam
aquele olhar meio perdido...
meio distante...
bastante sofrido...
Encontros em horários marcados
Beijos com prazo para serem findados
A todo momento conferindo o horário
- Não posso demorar, vim porque estava louca de saudade.
- Eu também, a saudade já não cabia mais em mim
- Até quando a gente vai aguentar isso?
- Não sei…
O medo
Ah o medo
Medo de arriscar
Medo de acabar ferindo alguém
Medo de ser quem se é
E pelo medo suportar
Calar
Sufocar
E ter ainda mais medo
Medo de não aguentar
Não conseguir esperar
Coração com batidas descompassadas
Não entender porque não pode ser
Não querer entender
E a vontade de fugir?
Ah essa companheira de todos os dias
Firme ali do lado
Sussurrando planos ao meu ouvido
Fantasiando novos recomeços
Novas chances
Pra mim
Pra nós
Longe de gente que não entende
Que não aceita
Talvez um dia possa existir um “nós” de verdade
Um “nós” que sai de mãos dadas
Um “nós” que compra panelas e cortinas
Um “nós” que combina de sair no sábado mas que prefere ficar em casa vendo um filmezinho clichê.
Talvez um dia
Talvez…
Quem sabe um dia…
Talvez nós…
Quem sabe nós.