Amargo
Um tanto de saudade, um tanto de nostalgia,
Um bocado de sofrimento e angústia... e assim são feitos os meus dias.
Das noites, prefiro não falar, porque todas as vezes que eu falo é um pedaço que arranco de mim... um pouco aqui e ali, disfarço, tento enganar, sem êxito porque nem a mim mesmo me engano.
Chorar já foi minha terapia, hoje engulo esse choro, que de tão amargo percebo que mais do que nunca preciso dele... é o meu remédio, um antídoto contra o meu próprio veneno: amar sem limites.
Aprendi nesse tempo, ou pelo menos tentei, que tudo desmedido oferece os seus riscos, e eu não fugi deles, antes fiz questão de correr à todos sem avaliar as consequências.
Arrependimento? Talvez... Se eu tivesse amado um pouco menos, me apaixonado não tão intensamente, me entregado com algumas reservas... Poderia ter me poupado de não me afogar nestas lágrimas que hoje banham minha face, que no espelho revela os seus olhos ainda hoje nos meus olhos.
O tempo passa, mas a cada dia se revela incapaz de te tirar de mim.