tão comum

Tem esse garoto

De quem tenho falado

Seus olhos as vezes brilham de um jeito diferente

Perdido em lembranças, ou talvez inundado de sonhos

Mas só as vezes.

Seu rosto é comum

Suas atitudes não o difere dos outros

A música que escapa pelos seus fones de ouvido é a mesma ouvida por qualquer garoto

Os filmes que assiste, cheios de explosões na tela do cinema, é adorado por todos os outros.

Ele é comum

Mas ainda assim bom demais para mim.

Não há nada de especial na maneira que encara o mundo

Ao mesmo tempo que há tudo.

E sem perceber

Faz a minha forma parecer um ridículo absurdo.

Sem querer

Sua existência calma faz a minha intensidade soar errada

Inferior.

O assisto sorrir quando estamos sozinhos

Quando ele parece me entender e me amar.

Logo seus outros amigos chegam

E sinto sua mente mudar de estação.

Me vejo fora do grupo

Daquele que costumava também ser o meu grupo

Afastado por carregar comigo

Algo bom e ao mesmo tempo destrutivo

Algo capaz de tingir os dias de cinza

E intensificar as cores ao redor daquele a quem se dirige a minha paixão.

Ele é comum

Mas o meu amor o faz único.

Não corresponde aos meus desejos

Não cala os meus fantasmas

Porém, tê-lo longe desperta o meu pior

O lado que anceia pelo escuro e por um fim.

Ele é só um garoto comum

E de certa forma me faz parecer ruim.

Quando o tempo passa, o meu sentimento cresce

ficando cada vez mais invisível aos seus olhos infantis.

Sua rejeição é dócil, clichê

Mas suficiente para transformar o meu amor em ódio

Voltá-lo contra mim.

Ele é só um garoto comum,

tento me convencer

Não é capaz de satisfazer as necessidades da minha alma,

de dividir comigo o fardo de existir.

Muito menos de sentir o mesmo

De por mim fazer o seu coração bater.