O mundo me é agressivo

O mundo me é agressivo.

Há pobreza nas ruas.

Há pobreza nos lares.

Há pobreza nas pessoas.

E assim o é, em todos os bares.

Aonde quer que eu vá, eu vejo pobreza.

Retiro meus óculos.

As pessoas são tristes.

Eu posso ouvi-las.

Há tristeza nos homens.

Há tristeza nos dias.

Há tristeza no ar.

Há tristeza na vida.

Aonde quer que eu vá, eu ouço as dores do mundo.

Coloco, então, meus tampões de ouvido.

A ciência não explicou,

o que a religião quis deixar pra lá.

É que o amor é severo.

E há tanto amor em mim

que, quando vi o quanto em ti faltava,

deixei-me amar por dois.

Hoje eu vejo, no final, que pra você foi tudo em vão.

Engulo suspiros todos os dias e me calo.

um poeta da noite
Enviado por um poeta da noite em 04/01/2018
Reeditado em 16/07/2020
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