Minha Senhorinha
Minhas manhãs
infância louca
rasgado uma roupa
pés descalços no chão
Visita diária pela matina
até minha vó, buscar a benção
Clima nostálgico
tal como um berçário
Paraíso do netos
Jackson do pandeiro
E um café quente
Tremedeira de mãos
Na outra mão segurava
Um cigarro
Que num se apagava mais não
A fumaça e o cheiro de bolo
Constrastara o lugar
Mobilia antiga
Dos anos 50 talvez
Várias fotos do marido
Que a fez viúva tempos demais
Não apagara o brilho
Do olhar de menina mulher
Que minha senhorinha tinha
Vó, que saudade
Eu cresci mas não te esqueci
Quem me dera tomar um café
E escutar aquele samba contigo
Queria um beijo teu na bochecha
Ver tu costurando
Acho que não dei seu devido valor
Mas sabes que não minto no meu poetar
é todo teu meu amor (de neto)
(Saudades Querida vó)