Poem(a)mor
Há poesia
no muro passado à grafite
a cal e maresia:
sonda-me um palpite.
A arte manha o ato
o peito nu aflora no esteio
palpita o pensamento nato
no cimo de teu intumescido seio.
Vigora a flor do teu sexo
um regato, colina, uma angra
um regalo, espelho dágua reflexo
exprime desejo, alma reverbera e sangra.
Em teu êxtase exilado
beberico em agonia o beijo ávido
morro docemente e extenuado
e, ao final de tudo, sobrevivo impávido.