A imprecisão tranquila do relógio inconveniente
Acompanho-me num silêncio irrequieto
E fecho a porta da razão.
Enquanto
Dizes que o relógio do telhado
É da cor da água. Depois
Liberto-me em diagonal,
Descendente sinal.
Visto-me com a música em
Desespero num mar de um sol rasgado
Pela sombra de um navio
Sem remos
Sem leme
Acompanhei-me num silêncio irrequieto
E desdobrei a beluína permanência da razão.
(DIONÍSIO VILA MAIOR, in "Cântico Atlante", Coimbra, Pé de Página Editores)