Onde quer que esteja a vida
Os paralelos se cruzaram, as antíteses deram as mãos!
Exaltados foram os contraditórios, inebriados os filhos da razão!
Em teus sorrisos e olhares, dança o universo em apogeu
Em teu toque, a divindade e o paraíso de um ateu!
Às mais belas palavras endereço meu apelo:
Erijam junto a mim apologia aos dois nobres amantes!
Que ousadia tal traduza o quão sublime é este elemento
Perfeita simetria em gestos tão dessemelhantes!
Se do meu peito faço alvo e no meu ato me acompanhas
Conjugamos nós no singular, somos autores de façanhas
De nossa soma, eis o uno! De nosso elo, a amplitude!
Gratidão envolta em ti - em teus braços, completude
Quando, distante, vestem os dias trajes de séculos tantos
E que, ainda que presente, no presente saudade há
São incontáveis provas de que servo sou de teus encantos
E onde quer que esteja a vida, hei de continuar com ti no ar
[Para Marina, minha vida]