Oh, Amélia

Eu estava pensando

Ou talvez, imaginando

Na verdade, eu queria estar sonhando

Um sonho onde estivéssemos flutuando

Sobre nuvens, ou melhor, sobre as luzes

Um arco-íris, uma ponte, e uma musa

Mas era apenas um pensamento

Apenas um sonho, de um momento breve

Na verdade, não sei ao certo.

Disse ao Sol pela manhã para ele não ir

Pedi para que ele continuasse iluminando pela janela

Mas, ele teve que partir

E, quando a Lua chegou, formosa, bela

Lembrei de ti, minha amada Amélia

Fui logo escrever uma carta singela

Nada muito profissional, afinal, seria escrita por mim

Eu gostaria de lhe dar o mundo,

Mas, o que tenho só dá para um pãozinho murcho

Um pobre camponês, que tolamente,

Tenta lhe agradar com o português.

Escrevi sem nem muito pensar

Dei ao pássaro, e pedi para ele a entregar

Ele voou, voou e voou

Ele nunca mais voltou

Doce Amélia, o tempo me alcançou

Ainda não sei se estou sonhando, ou divagando

Jovem somente em palavras, mas as costas doem

Me pergunto quando você lerá estas letras

Querida Amélia, ainda hoje eu gostaria de lhe dar as estrelas.