Doce incompreensão do que tu és

Se alguém fosse mar
te entenderia com um abraço
forte e outro de ondina,
sem tempo de entender
o que imagina leria o mar
dos olhos teus onde haveria

ondas de ir e vir também
na tua língua, e o sol
com seu mormaço se deitaria
muito mais solene
enquanto a lua sai
da que antes mingua,
até que a noite enfim
o mar todo serene

e o sol das tuas curvas
ainda assim mais brilhe,
em mar sem direção
onde nunca há trilha
esperas que em teu corpo
duas mãos a trilhe,

e é boa essa viagem
onde pensamento é
mistério não mistério
que é mistério em gozo,
momento em que se és
o violino serei o oboé!
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 20/04/2018
Reeditado em 20/04/2018
Código do texto: T6314211
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