O POETA DESOLADO
A minha tristeza se faz só
Perdida em algum copo de bebida
Diluída na fumaça do cigarro
Em qualquer bar de esquina
Nas moças em que eu reparo
Há aquelas que confundo com você
São altas horas e muitos goles
Bebe desolado o menestrel
Que já não chora
Porque a dor o embruteceu.
Não sabe se está morto, ou se está vivo
Pois o mundo dele esqueceu
E bebe outro gole o poeta.
Mais um cigarro queima entre os dedos
Entre todas que passam,
Nenhuma lhe enxerga.
Estão todas pintadas
Sem motivo para amar
E sem tempo para parar
Toca outra canção
Ali no bar ninguém tem compromisso
É o lugar onde o amor é omisso
Sem tempo para entrar no coração
Ninguém vai lhe escutar
Nem nos seus olhos olhar
São todos solitários
Sem motivos para amar
Existe amor monetários
Para que ousar comprar.
Mas para o poeta só o amor
Ou a solidão esquecida
Em um copo de bebida,
E diluída na fumaça do seu cigarro
No bar onde ninguém lhe ver.