O TRISTE ADEUS E A FELIZ SAUDADE
 

Tenho pavor do adeus,
embora me cative a saudade.
O adeus,
é o fim que nasce saudade,
a saudade,
o começo que fenece o adeus.
O que me consola,
não são as saudades que ontem tive
e nunca esqueci,
são as lembranças que amanhã terei
e jamais irei esquecer.
A lembrança é uma rebeldia inefável do peito,
insiste em vencer a lei do esquecimento.
Quando os olhos não mais enxergam,
fechados eles permitem ver,
pois se as mãos não mais conseguem tatear,
o coração toca sublimemente...
O amor que mata na chegada,
Faz viver eternamente no adeus.
Ele,
o amor,
as vezes tanto tarda,
decerto ainda,
por não ter nascido,
mas quando chega,
o adeus cala,
já que em recordação
jamais terei morrido!
 

 
Tarcisio Bruno
Enviado por Tarcisio Bruno em 02/06/2018
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