AMOR RETICENTE

Eu já não sei quem sou,

sem saber quem você é,

Sem perceber, uma afeição floresceu,

e o quer era dois tornou-se um.

O que era triste e monótono,

agora tornou-se alegre e interessante,

o que era antes sem vida e cinzento,

revelou-se um vívido acalento.

O que de tão ínfimo parecia nem existir,

agigantou-se em nosso ser reticente.

Presenteaste-me com uma outra vida,

dar pra notar no meu semblante.

E como esconder tanta felicidade,

Como me furtar de tanto contentamento,

Da sua paz, beleza e apazimento,

tudo tão bem escondido nesta pequena beldade.

E tal como as águas torrenciais de verão,

invadindo cada espaço do solo e das pedras,

você foi preenchendo todos os vazios

deste pobre coração.