Eu nem te conheço e já sinto teu calor
Veja, minha bela e anônima pretende
Eu sou um cara simples
Sem muito do que os filmes ensinam
Não deixo Hollywood tomar conta da minha personalidade
Mas eu vou elogiar teu sorriso espontâneo
O jeito como pisca os olhos
E todos os traços não retilíneos do seu lindo rosto
Eu vou te levar ao cinema
E vou ri se você reclamar da casca da pipoca engatada em seu dente
Vou me segurar pra não apontar defeito no enredo da história
Só pra não estragar a experiência
Talvez eu entre com cerveja lá
Talvez minhas mãos cheire a cigarro
E talvez eu fique calado demais
Mas espere
Me dê um tempinho e eu logo voltarei pra você
Se conseguires compreender
Que não consigo explicar os porquês
Não por ignorância
Mas porque não quero te passar meu lado pessimista
Quero apenas te levar pra casa
Tirar sua roupa
Te pegar pela mão
Te puxar até o banheiro e gastar o sabonete nessa sua pele, que mais parece um estofado caro
Apreciando cada curva
Cada desnível
Cada parte crua do seu universo
E te olhando nos olhos
Dizer
Brinque com ele
E então você se abaixa e faz seu trabalho
E de tão bom eu nem lembro do gastar dá água do chuveiro
Eu que sempre me preocupei com a escarcez
E com o aquecimento global
Mas veja
Baby
Você nem sabe disso ainda
Quando souber espero que seja pela experiência factual
Não por esse poema
-G