Uma Poesia Bonita

Sabes tão bem quanto eu sei que nunca fui bom com as palavras.

Sempre que tentava delas utilizar, enrolava-me mais do que já sou.

Mas sempre consegui me comunicar através do silêncio.

Olhares.

Carinhos.

Sorrisos.

Utilizava as palavras dos outros.

E no silêncio sou um mestre.

Mas ninguém entende o mestre do silêncio.

Tal linguagem é complexa e estranha à todos.

(Inclua-se no grupo.)

Mas do mesmo jeito que não entendem meus silêncios,

Não consigo me fazer entender por palavras.

Quando estas saem da minha boca, começam a dançar.

Muitas vezes, uma bela dança.

Bonita de se admirar.

Mas não informa o que deve.

Então eu volto para o silêncio.

Olhares (desviados).

Carinhos (evitados).

Sorrisos (amarelos).

E agora?

Não tenho mais recursos.

Do silêncio nada se aprende.

O erro mora no que é falado.

O que me resta a saudade que toma o lugar do esquecimento.

Que me olha com os seus olhos.

Ela me nega os seus carinhos.

E, diante o meu sofrimento, me sorri o seu sorriso.

Me mostra todo o perigo de ser feliz?

Sibly
Enviado por Sibly em 09/09/2007
Reeditado em 02/02/2010
Código do texto: T645645
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