CARNALMENTE

Entras em mim e dissolves

minhas últimas barreiras.

Tomas de assalto as minhas

recônditas trincheiras.

Vences meu orgulho

e me mostras o calor.

Resta-me confessar

aquilo que não sou.

Não sou mais resistência,

não sou mais fortaleza.

Entrego-me vencida e sei

que nisso reside beleza.

Mas, ao término da peleja,

és tu quem cais vencido.

E o meu amor triunfa,

quando parecia perdido.

Beijo teu rosto e afago

a força que de ti vem.

É como se eu, nesse momento,

não pertencesse a ninguém.

A tua opressão me liberta,

pois lutaste para perder,

e assim é que, afinal,

posso compreender:

vencer no amor significa,

quase sempre, ceder.

Viviane Rolando
Enviado por Viviane Rolando em 13/09/2007
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