CARNALMENTE
Entras em mim e dissolves
minhas últimas barreiras.
Tomas de assalto as minhas
recônditas trincheiras.
Vences meu orgulho
e me mostras o calor.
Resta-me confessar
aquilo que não sou.
Não sou mais resistência,
não sou mais fortaleza.
Entrego-me vencida e sei
que nisso reside beleza.
Mas, ao término da peleja,
és tu quem cais vencido.
E o meu amor triunfa,
quando parecia perdido.
Beijo teu rosto e afago
a força que de ti vem.
É como se eu, nesse momento,
não pertencesse a ninguém.
A tua opressão me liberta,
pois lutaste para perder,
e assim é que, afinal,
posso compreender:
vencer no amor significa,
quase sempre, ceder.