A poesia e eu

A poesia me delata em teus versos,

me dá nome, identidade.

Vogais fazendo amor com consoantes

e com beijos em papel, mata saudades.

Ela me faz dona de todos corações,

entregando os meus.

É dias calmos...

Noutros, moções.

A poesia é meu chão de sentimentos,

meu presente sem merecimento,

dedos febris de caso com tantos amores...

Cúmplices, de nascimento.

Me devolve as horas que o tempo me rouba.

Apaga todos os erros que insisto em cometer,

vive a me conduzir, sabendo que sou arreio sem dorso.

Mora em meu viver.

Sempre me deixa aquela janela aberta...

Onde raios de lucidez, me alcançam em momentos de insanidade.

E, se a vontade de ser inteira me vem,

renasço em palavras, és minha salvação!

Tudo me dá,

nada me cobra.

ela me denuncia... me exauri, sem se explicar.

Odisseia de orgasmos que me deixa vazia... para depois me completar!

Em lençóis de palavras

sussurro vários amores

corro nas asas do tempo,

debaixo de teus cobertores.

Escrevo as dores ...

Invento sonhos, o impossível!

Digo que sim, acalento o não.

Sou, em tudo, duplicidade.

Mostro minhas lavas,

queimando, cauterizando,

tudo o que vivo,

nas linhas de minha mão.

naluz
Enviado por naluz em 10/02/2019
Reeditado em 28/03/2019
Código do texto: T6571617
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