Devaneio em linho

Fantasiar seu sorriso não é devaneio

Não é loucura não é ilusão.

Nem mesmo o matiz de sua boca

O som acarpetado, o céu enluarado.

Olhos em desalinho perfeito

Riso no triste em seu rosto.

Insanidade seria pensar em cousas outras

Abdicar do ato de ver-te em sonho.

Ceifar flores de outono

Adormecer o despertar dos acordados

Nulificar, perecer, mitigar, desprender.

Existir sem brotar pra existência

Partamos do cais sem permissão

Mesmo com amarras presas, com velas recolhidas.

É preciso libertar nossos corações

Para que pulsem vida não vivida

Que o temor não nos permite viver

Mas o amor não dá alternativa.

André, um Jerico

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