REVELAÇÃO

Não sou quem pensas.
Antes um vadio na vida
que um operário,
eis quem sou.
Enquanto ergo paredes,
minha mente se expande
e revejo versos
de dias azuis.
Descanso no pensamento,
livre das cruzes
que me pesam
nos ombros.

As mãos feridas, escrevo
o quanto me ilumina
a vida.
Abro os olhos
e as portas da casa.
Amigos brincam
no meu quintal.
Guardo histórias no bolso
de minha calça jeans.

Tenho minha função,
recebo o salário
e a dignidade,
mas continuo vadio,
vagabundo do presente.
Só penso nas horas
em que juntos estivemos
e nos dias
que ainda teremos.

Preso a meu ofício,
redescubro a liberdade.