DESPEDIDA DE AMOR

(Cícero Manoel)

Estou como um Beija-flor

Sem flores para beijar,

Estou perdido num mar

Bastante avassalador.

Parece que toda dor

Que existe de mundo afora

Alojou-se em mim na hora

Que ela me abraçou

A minha boca beijou

Disse adeus e foi embora.

Estou como uma viola

Sem as mãos do violeiro,

Como ave em cativeiro

Triste dentro da gaiola.

Como um jogador sem bola,

Como uma igreja sem sino.

Estou mesmo sem destino,

Pois quando ela me deixou

Meu coração se rasgou,

Fiquei frágil igual menino.

Ali da minha janela

Eu a vi então partir

E de mim se despedir

Acenando da cancela.

De longe olhando pra ela

Eu abracei a tristeza

O que era só beleza

Virou feiura e tormento

Vendo naquele momento

Partir a minha princesa.

Naquela hora fiquei

Sem terra para pisar,

Deu vontade de chorar

O choro não controlei.

Nas lágrimas mergulhei

Vendo um abismo na frente,

Até hoje estou doente

Pois nada cura a dor

De ver o seu grande amor

Partir pra longe da gente.

Aqui fico relembrando

Com pensamentos distantes

Os beijos alucinantes,

Que demos se enlaçando.

Da minha janela olhando

A estrada que a levou

Me olho e vejo que estou

Banhado pela saudade

A minha felicidade

Seus passos acompanhou.

Meus dias são de tristeza

Depois que ela disse adeus.

Procuro nos dias meus

Seus olhos na natureza.

O verdor e a clareza

Preenchem a minha mente

Fecho os olhos de repente

Sonho com ela chegando

Me abraçando e beijando

Minha boca novamente.

(Santana do Mundaú – AL / 13 de outubro de 2016)

Cícero Manoel (Cordelista)
Enviado por Cícero Manoel (Cordelista) em 15/04/2019
Código do texto: T6623805
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.