Meu e sua
Por que você ignora esse tanto?
O estar não me parece ser o bastante.
A gente muito inventa o agora.
Pinta céus e faz nascer em instante.
É bonito traçar história.
Faz ressurgir e, por aqui, florir.
E se eu disser que desabrocha em mim?
Meu bem, ainda, nem é primavera.
Você me prova, sem sequer insistir.
O seu olhar me colore toda à distância.
O desenho, tão certo, da sua boca
Gruda no existir, sem precisar pedir.
É a sua textura que tateia meu espaço.
E seu peito dorme e se deixa em mim.
Adia qualquer tempo ruim.
Não decida mudar.
Você sabe como me adivinhar.
Não quero ter dias indiferentes e cinzas.
Ou tão iguais, sem você, em sinais.
Preciso do sorriso colado para me enxergar.
Permita que eu possa viajar
No perfume e no cheiro da sua nuca.
Invadir em arrepios e o afago preparar
No encontro dos meus dedos com detalhes seus.
E nosso amor, por dentro, tudo a costurar.
Veja que não há qualquer desculpa.
Nem dia, ou hora certa.
Nosso pouco fala e muito esconde.
É a fórmula
Que aprendeu a ser codinome.