Amor na noite solitária

Ele:

Recrudesceu o ímpeto do vento na janela

Batem impotentes as persianas na sacada

E eu sempre aqui solitário, pensando nela

Aquela mulher ansiosa, distante, amada...

E recomeça a chuva insistente, caindo gelada..

Um arrepio estranho percorre meu corpo faminto

Um lamento diferente ecoa na casa desolada

Mas que sensação ardente, no ar gelado, que sinto?

Fico quieto, coração galopando, corpo fremente,

Sentado, sem ousar mover-me, tenso, expectante

E sinto um leve e doce aroma no ar agora quente

Será o perfume dela, da minha desejada amante?

Sinto um toque ardente no meu corpo anelante

Sangue quente em tropel nas veias circulando,

Ah...são as suas mãos numa carícia vibrante

Ah...é a sua boca macia, meu pescoço, beijando..

Ela:

Doce amado que aqui estás tão solitário e triste

Nesse teu labor e magia, de a todos alegrares,

Vim para te dizer que o amor ainda existe

E que estou aqui para o meu corpo usares...

Vê, amor da minha vida como te quero

Deixa-me o teu peito fatigado acariciar..

Em ternos e molhados beijos que espero

Por todo o teu corpo moreno, espalhar..

Com a minha língua, curiosa e ardente,

Vou a tua boca faminta, agora explorar...

Quero deixar-te saciado, feliz e contente,

Fazer-te um homem novo, feliz por amar,

Vem, toca meu corpo maduro e d'alma ansiosa..

pelo teu toque vibrante e faminto experimentar..

Faz de mim a tua mulher, fofa e desejosa

De te sentir ardente e latejante me penetrar...

Ah meu amado há tanto tempo, que te espero..

Vem, quero unir-me a ti, em doce rendição,

Loucas promessas em momentos de desespero

Juradas e mantidos com amor, desejo e paixão...