PINGO DE GENTE
Poeta menino,
deseja a lua.
Vaga pela rua,
sem prumo ou destino.
Olhando pro céu,
vigia aquela
divina donzela,
coberta de mel.
No peito carrega
amor infinito,
sublime, bonito,
ingênua entrega.
Aguarda, ansioso,
pelo grande dia.
Menino teimoso,
respira poesia.
Eis que, de repente,
pelo seu caminho,
um pingo de gente
lhe trouxe um carinho.
E hoje, a lua,
mora no passado.
Poeta é amado,
nem lembra da rua.