Floreio de despedida

Floreio a despedida,

segurando a tua mão,

quem sabe não partes?

Penso eu, em vão...

Fixo nos teus olhos,

meu pedido para que fiques,

não partas, não abdiques,

esse nosso amor singular...

Já vem o trem se achegando,

com suas portas abertas,

teu meio sorriso avisando,

que é vinda a hora do adeus.

Solto devagar a tua mão,

e devaneio no coração,

que nesse momento desistes,

e me abraças apertado...

Mas, não, é chegada a hora,

uma lágrima teima em rolar,

baixo meus olhos tristes,

e ouço o som dos teus passos...

Sobes a escada do trem,

que apita longamente.

Abano e tento sorrir,

mirando no teu olhar.

Adeus meu pedaço de sonho,

não quis o destino unir,

nossos diferentes caminhos...

Pois então, que seja assim.

Enquanto o amor não olvida,

enquanto a memória te lembra,

vou vivendo, vou sorrindo,

vou chorando, vou sonhando...

Até que te esquecerei,

serás apenas lembrança,

como o apito do trem,

que se perdeu na distância...

Julho de 2019