ENTRE O TEMER E O QUERER
A cada pôr do sol
assim que chega a noite
com a mais cheia das luas
mesmo ciente do que sentes
tenho medo...
Receio que as flores do meu jardim
murchem sem teu sorriso
e acabem por morrer de solidão.
Receio em ser mais um
condenado a mofar abandonado
no fundo de uma gaveta.
Receio não ser forte o bastante
caso teu amor me falte
deixando-me lembranças
de aromas, toques, instantes,...
Receio que em teus silêncios
desejes ouvir outras melodias
dançar outros ritmos...
Receio que se torne fosco
o brilho nos teus olhos
o teu jeito de me amar...
A cada fragmento de tempo
descubro o quanto te quero
e meu querer é intenso
desconhece distância
ignora ressentimentos,
é em excesso paciente
crê na mútua felicidade
embora tema o que desconhece
e receie o porvir...
A cada amanhecer
mesmo ciente de minhas fraquezas
entôo uma canção
e embalo meu sentir
com a raiz das certezas:
“Te guardei onde ninguém vai tirar
no fundo dos meus olhos
pra dentro da memória
vou te amar...”
A cada pôr do sol...