ENTRE O TEMER E O QUERER

A cada pôr do sol

assim que chega a noite

com a mais cheia das luas

mesmo ciente do que sentes

tenho medo...

Receio que as flores do meu jardim

murchem sem teu sorriso

e acabem por morrer de solidão.

Receio em ser mais um

condenado a mofar abandonado

no fundo de uma gaveta.

Receio não ser forte o bastante

caso teu amor me falte

deixando-me lembranças

de aromas, toques, instantes,...

Receio que em teus silêncios

desejes ouvir outras melodias

dançar outros ritmos...

Receio que se torne fosco

o brilho nos teus olhos

o teu jeito de me amar...

A cada fragmento de tempo

descubro o quanto te quero

e meu querer é intenso

desconhece distância

ignora ressentimentos,

é em excesso paciente

crê na mútua felicidade

embora tema o que desconhece

e receie o porvir...

A cada amanhecer

mesmo ciente de minhas fraquezas

entôo uma canção

e embalo meu sentir

com a raiz das certezas:

“Te guardei onde ninguém vai tirar

no fundo dos meus olhos

pra dentro da memória

vou te amar...”

A cada pôr do sol...

Ducarmo
Enviado por Ducarmo em 03/10/2007
Reeditado em 03/10/2007
Código do texto: T678260