Ninguém queimaria como Camões

O erro foi meu

Bauman já tinha avisado

Que nesta sociedade

Ninguém queimaria como Camões.

Torno-me responsável por tudo que cativei

Principalmente o amor

Que saberia que,

Infelizmente,

Nem para sempre viveria.

Aceito a dor

As lembranças capazes de ferir o coração

E essa distância que estou do meu amor

E que a vida não é feita para amar.

A sociedade do luxo,

Dos dedos apontados,

Dos trajes cortados dos que são julgados

Jamais permitiria que o amor fosse real.

Jamais entenderei como chamam de amor

A distância

O querer estar,

Mas se afastar.

Emily Dähne
Enviado por Emily Dähne em 28/02/2020
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