Do moribundo que sou

Quantos sorrisos o teu olhar recebeu?

De quantos precisos ainda te digo eu?

Veja, meu bem, lá fora ninguém mais anda

E eu caminho com os olhos baixos

Fruto da espera que se perdeu.

Mordo os lábios ao lembrar

que ainda ontem ao teu lado

Eu devia estar.

Quantos sonhos já te vi passar

E ao acordar

simplesmente não lembrar.

Não escuto a sonora letra

Que a poesia nos deu

Pareço um pobre moribundo

Um Hans Castorp na esfera que se perdeu

E mais um ano já serão sete,

Mas vivo na planície

e conto até os avanços dos segundos

No relógio que te dei.

Não discuto mais a doença que carrego

Nessa Montanha Mágica que não nego

Enxergo tua presença mais do que a minha

Espero mais um dia a cura da minha impaciência.

Jéssica Orth
Enviado por Jéssica Orth em 14/04/2020
Reeditado em 17/04/2020
Código do texto: T6917383
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