Tenho em mim uma saudade assaz latente ...
Tenho em mim uma saudade assaz latente
E na ausência o seu estado doloroso
Mas por tratar-se de um sentir tão mavioso
Não há pena ou castigo que eu lamente
Cada hora é inimiga declarada
Pela calma com que minutos desfia
Se estendendo, e aumentando a agonia
Do desejo dessa voz tão almejada.
Ouço enfim, o sinal que me resgata,
E num segundo, pressinto o fim da espera,
Das ermas horas, que o longo dia arrasta.
E o coração, no meu peito se acelera
Sem angústia ou tristeza, pulsa em festa
Sabedor de que a alegria agora impera.