Olhos famintos

Seus olhos são estrelas da madrugada repousando em lagoas de safira,

Cristais das relíquias palacianas proibidas ao mero mortal.

Dançarinos coreografando inebriados ao som da lira da vida,

Canção triste entoada devotamente pelo sino angelical.

Espelhos raros,

Janelas de uma alma vivaz.

Nascentes de lágrimas quando o sol se despede ofegante,

Choro das ondas que nascem morrendo numa ironia sagaz.

Relâmpago, imortal no seu instante!

Crianças brincando de roda no jardim das poesias

Sem saber que trazem nos lábios o riso dos deuses!

Andorinhas andarilhas que ao cair da noite se vão em bandos

Feito monjas ululando suas preces na mais completa harmonia!

Riachos rasos de poucos lajeados que se turvam e agitam em dor

a cada movimento brusco tanto das águas dos céus, quanto dos seus próprios peixinhos famintos de amor!