AVALANCHE

Na paisagem branca se ouve um estalo.

No silêncio frio que vivia a contento,

e sem reclamar do espaço limitado,

agora se rebela em um movimento.

Num instante a força calada, bradou.

As águas comportadas e reprimidas,

que cansadas, a mágoa desaguou.

Ferindo a pele da montanha na saída

Oh, meu Deus ! Grande exemplo da natureza!

Meu coração que vivia em terras paradas,

Anêmico ,em algum tempo da tristeza,

revolta-se, agora, das horas geladas

Um amor hibernado numa memória,

em cima de uma montanha de ilusão,

desaba revoltado com a história,

para dar vida em uma nova paixão

Por isso vou ao encontro do consenso,

como devem ir sempre todos amantes.

Na liberdade e leveza dos bons ventos

O amor não se desmorona num levante.

Naldo Coutinho
Enviado por Naldo Coutinho em 12/11/2005
Reeditado em 11/03/2006
Código do texto: T70436