Noites
Nestas noites
Em que não te encontro por entre os lençóis
Busco no infinito dos pensamentos
A troca vulgar de carícias perdidas e afagos reclamados
Sinto-te, mas não te toco
Beijo-te, mas não te saboreio
Arrepio-me, mas a tua língua não percorre a minha
E neste momento de tortura
Busco no espaço o que o tempo não apaga
Pedidos, gemidos, suspiros
E todo um desejo que me consome por dentro
O meu corpo ferve
As minhas mãos suam
A minha língua procura
E os pensamentos, esses,
Continuam a sua jornada
Descontrolando-me, tomando minha alma e meu corpo
Fazendo dele uma estrada de prazer
Um cemitério de loucuras