Te descrevo ao sol

Te descrevo ao sol

como uma flor-de-lis.

Da vida a gente faz o gosto,

escolhe a cor do ninho,

o canto e o sorriso.

E eu te descrevo assim,

como se não houvesse a noite,

como se a cor da lua fosse o raiar do dia.

E pouco me importa teus seios curvados,

teus lábios rachados

- rabeira dos risos.

Pouco me vale as farpas que inventas ao vento

e tuas velhas senhoras dos olhos (represos).

Pouco me é a dor que te sovava as cores

se aos nossos desencantos me vão os rumos doces.

É que da vida a gente faz o gosto,

e todas as manhãs

eu me deparo ao teu.