Minha vida a ti!

Sou um clássico

Romance machadiano

Um amor atrevido

Um amor fugitivo

Parnasiano

Ou neo-ácido.

Sou a própria pena em tua mão

O turbilhão da estação

Que leva a todos por onde passa

Se é ruim isso não basta

Tem que ser terrível

Pra ser eu.

Sou a própria dança

A brisa

Sem esperança que vaga por aí

Sou só a dor do fim.

Do partir.

E eu ouso ensaiar

Para ser e no fim não ser

Eu não tenho nem mais agonia

Que triste mania

De querer tudo saber,

Pra que se tudo vai acabar,

E eu no meu sonhar

Não terei contentamento,

Que desdobramento?

A dor no estômago

É pequena perto

Do parir dor

Que carrego por onde eu for

Bem quieto

Em relâmpago.

No enrolar do meu canto

E no delirar de meus momentos

Ah quão bom seria

Se eu que sou

Já não fosse,

Não mediria

O que disse

Mesmo triste, em mim.

Porque, eu sou

E eu dou

Dou minha vida a ti.

Rebeckah Campos
Enviado por Rebeckah Campos em 29/01/2021
Reeditado em 10/05/2022
Código do texto: T7171239
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