VAINATEYA

Ela se foi num voo suave

como ave deixando o ninho

numa tarde amena

fazendo em mim um vazio

sem fim!

Suas asas eram liberdade

a se esvoaçarem pelo céu

quando o vento a tomou

nos braços hercúleos

envolvendo-a como amante

e minha doce avezinha

plainou no espaço,

assim desconhecido

e seguiu sem mim, adiante!

Juntei os gravetos de nosso ninho

molhando-os com lágrimas

que de meus olhos brotaram

e olhando o infinito clamei aos céus

o perdão por tê-la deixado ir!

Sempre fora ela a minha prece de paz,

o meu ajoelhar nas noites tristes,

o meu canto de amor ao mundo

e a minha certeza do amanhã,

mas ela se foi deixando

na lembrança, constrito,

suas asas de um branco loquaz

e o som do voo batido!

Eugênia L.Gaio

Eugenia L Gaio
Enviado por Eugenia L Gaio em 10/03/2021
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