O Silêncio dos Teus Olhos
O silêncio que vem dos teus olhos me acalma;
Os ruídos da minha boca te fazem distante.
Senhora serpente bailarina da forma e da alma;
Hipnotiza meu corpo, minha mente, minha flauta, em melodia sempre inconstante.
O silêncio que vem dos teus olhos me satisfaz;
O silêncio que vem da tua boca me delicia.
Como saber quem és? Onde estas?
Como pensar em parar? Em gostar e aproveitar se me acaricia?
O silêncio dos teus olhos me revira;
Em vida e morte, gosto e ageusia, depressão e euforia.
Sabendo que a chuva é verdade, o dia é mentira;
E a inconsciência se revela fundamental, sem dor ou alegria.
O silêncio dos teus olhos me excita;
Como toda estrada sem fim, como toda falta de certeza.
Que dúvida maravilhosa essa;
Se amanhã estará presa ou livre na natureza.