Moras no meu coração

Um poeta me tocou,

Não me pediu licença e entrou.

Quando dei por mim já estava instalado,

Meu coração virou sofá e nele está deitado.

Todo espaçoso e confortável,

Meu pulsar acaricia este ser admirável.

Cujas mãos traduzem meus anseios,

E sem cerimônia enrijece os bicos de meus seios.

Sua ousadia arrepia meus pêlos pelo corpo inteiro,

Maravilhoso é ele de janeiro à janeiro.

Sou um paradigma em pele de leoa,

Sou ser mutante, sou camaleoa.

Tento esconder meu sentimento,

Mas ele lê minha alma, daqui de dentro.

O cúmulo da ousadia foi me tocar,

Uma emoção profunda, falta de ar.

Escutei meu coração ele disse seu nome,

Consultei meu corpo e senti fome.

Meu poeta, meu dilema.

Minha solução ou meu problema?

Agora já é híbrido de minha emoção,

Fez morada no meu coração.

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 05/11/2007
Código do texto: T724037