Moras no meu coração
Um poeta me tocou,
Não me pediu licença e entrou.
Quando dei por mim já estava instalado,
Meu coração virou sofá e nele está deitado.
Todo espaçoso e confortável,
Meu pulsar acaricia este ser admirável.
Cujas mãos traduzem meus anseios,
E sem cerimônia enrijece os bicos de meus seios.
Sua ousadia arrepia meus pêlos pelo corpo inteiro,
Maravilhoso é ele de janeiro à janeiro.
Sou um paradigma em pele de leoa,
Sou ser mutante, sou camaleoa.
Tento esconder meu sentimento,
Mas ele lê minha alma, daqui de dentro.
O cúmulo da ousadia foi me tocar,
Uma emoção profunda, falta de ar.
Escutei meu coração ele disse seu nome,
Consultei meu corpo e senti fome.
Meu poeta, meu dilema.
Minha solução ou meu problema?
Agora já é híbrido de minha emoção,
Fez morada no meu coração.