Funeral de um amor.

O amor é para mesquinhos,

Amores são para os apaixonados pela vida

Pelos que vivem a pulsão da vida em plenitude.

Como realizar o funeral daquele amor que ela tinha jurado a si seria o último, já no ocaso de sua vida?

Pegou a pá, cavou cova funda, como profunda era a dor.

Olhou à sua volta, não tinha corpo.

Ah, amores são etéreos...

Qual cupidos travessos, penetram a alma na respiração espontânea, no olhar comovido ante uma flor...

Como realizar o funeral de um amor incorpóreo porque de carências e sonhos antigos fora concebido?

Subiu na mais alta montanha, além das nuvens, além de tudo que lembrasse sombras e interesses vãos.

Não tinha vento.

Colocou a poeira estelar na palma da mão e soprou delicadamente.

Observou raios de sol entremeando o amor transmutado, ora suspenso no ar.

Aos poucos juntou-se à poeira universal, que brilha além dos homens.

Dilui-se no ar como deveria ser.

Eternamente livre.

Amores não podem ser aprisionados.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 17/06/2021
Código do texto: T7280546
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